quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Feliz Natal

O "cheirinho de Natal" já se espalha pela casa. Canela, cravo e gengibre. Como é gostosa essa sensação!
Esse ano foi intenso. Não digo em ações, mas em descobertas. Tive a oportunidade de começar a me compreender. Encarei meu "lado B" (porque todo mundo tem um), me perdoei, deixei de ver certas coisas como erro, passei a me aceitar. 
Tive a chance de avaliar a participação de muitas pessoas na minha vida, e a minha participação na vida dessas pessoas. Isso me fez enchergar e perdoar. Descobri que certas pessoas passam, de acordo com o momento em que vivemos. Outras permanecem. E mesmo essas podem não estar ali o tempo todo. Eu não estou ali o tempo todo. Mas sei que estão ali.
Aceitei e me orgulhei de decisões que tomei nos últimos três anos. 
Pela primeira vez em muitos anos passei mais de um mês longe do meu companheiro. Pela primeira vez na vida subi num avião (desses, "de verdade") e saí do país. E tive a chance de perceber meu filho de uma outra forma. E me senti uma mãe incrível. Percebi que meu lminha mãe é ainda mais incrível do que pensava. E que fala faz meu companheiro do meu lado - não, não é costume, é amor mesmo.
Entendi que esse negócio de "olho por olho, dente por dente" é a maior burrada. Maldade a gente rebate com carinho, com amor, com humildade, com abraço, sorriso, alegria.
Sim, foi um bom ano. Mas ainda de tudo foi a porta de entrada para um período ainda melhor.
Feliz Natal a todos! Muito amor, paciência, humildade, cumplicidade e felicidade!

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Aceitação

Sou tímida. Extremamente tímida. Sério. Detesto fazer qualquer coisa sozinha, ir a lugares cheios de pessoas estranhas, falar com pessoas que não conheço. Sou péssima nisso.
Mas a vida é assim e essas situações são inevitáveis, especialmente quando se tem filhos.
Tenho um medo tão grande, tão gigantesco da rejeição que, quando não posso evitar o contato com gente que não conheço ou que não conheço bem, falo demais. Falo muito, falo sem pensar. Me escancaro. E momentos depois me arrependo.
Sair de casa é um verdadeiro martírio. Fazer algo novo é uma pequena morte.
Meu medo da rejeição é tão grande que acabo não estreitando laços como gostaria. Acabo não me aproximando de quem me faz falta.
Acabo me apagando, me anulando. Sabe aquela história “vou ficar aqui no cantinho e me misturar com a paisagem”? Essa sou eu.
Gosto de cantar. Gosto muito mesmo. E não canto tão mal assim. Minha voz não é das piores, tenho ritmo. Mas só canto a noite, pro meu filho. Gosto de dançar. Não dançava mal. Mas agora, com muitos quilos a mais e sem dançar além da sala de casa, perdi a prática. Gosto de escrever. Na verdade, tenho boa parte de um livro já escrito. A história toda já tenho há bastante tempo. Mas só eu sei, só eu vi. Gosto de desenhar. Sempre tive algum talento pra isso – e pinto muito bem, modéstia à parte. Mas, mais uma vez, não acredito em mim e “deixo pra lá”.
Fico pensando. Será que todos os acontecimentos da minha vida, tantas decepções, me fizeram assim? Não consigo ir além daquilo que me é conhecido e seguro.
Mas minha cabeça é caos total. Milhões de ideias borbulhando, desejos de mudança.
Há três anos, quando parei de trabalhar para ficar com o Gabriel, não sabia o que me esperava. Na verdade, acabei me isolando mais, como era de se esperar. Mas nos últimos meses comecei a “olhar para dentro”.
Ando encarando meus medos. Passei a me compreender e me aceitar. Descobri que preciso aceitar minhas escolhas e, assim, passei a respeitar as escolhas dos que estão a minha volta – e dos que deixaram de estar, por alguma razão.

Estou ainda nessa fase de “desintoxicação”, de aceitação. Ainda tenho medo. O mundo ainda me assusta. Mas estou tentando me compreender e me aceitar um pouco mais, a cada dia.