sexta-feira, 25 de julho de 2014

Menina não bebe, não fuma e não faz pum


Aqui em casa certas coisas são meio "do avesso". Sempre fui mais "saidinha" que o marido. Eu bebo, ele não. Já fumei, ele não. Mas aqui todo mundo faz pum.
Quando engravidei a felicidade foi tanta! E, de verdade, nunca tive preferência por menino ou menina. Conseguia me imaginar nas duas situações. E veio um menino. Ele chegou um mês antes do previsto. Numa cesárea. Um cisco de gente. Quase não chorava, só dormia.
E antes mesmo desse pedacinho de gente engrenar na mamada, começou a enxurrada de roupinhas azuis e verdes, de brinquedos "de menino". E as expectativas. E foi nesse momento que comecei a colocar o pé no freio. Comecei a entender que não estou criando um menino ou uma menina. Estou criando uma pessoa! Uma pessoa que pode ser o que quiser.
E com isso, devagar, ando me libertando de algumas "algemas".
Hoje posso ser uma princesa, a Mulher Maravilha (como nesse exato momento), o Hulk, a Mamãe Coelha, o Homem de Ferro.
Sou quem eu quiser - ou o que a imaginação do meu filho pedir.
Esse menino que veio pra mudar tudo é o que chamam de "moleque", desses bem levados, que gosta de escalar, pular e fala pelos cotovelos. Mas desconfio que, se tivesse uma menina, seria exatamente assim.
E o mais importante: ele é feliz. Ele gosta de abraçar, beijar. E ele ri. Muito e alto. E é isso, e apenas isso, que desejo pra ele, que seja uma pessoa feliz. E que veja nos outros apenas pessoas, sem rótulos, sem pré-conceitos.
E eu continuo aprendendo. Deixei o cigarro pra lá há muitos anos. Mas continuo bebendo. E faço pum.

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